sábado, 2 de julho de 2011

Balanço do semestre – avançar nas conquistas.


Carliendell Magalhães

Não restam dúvidas de que esse foi um semestre vitorioso para os estudantes da UNIFAP. Juntos e organizados por meio de nossa entidade representativa, o Diretório Central dos Estudantes – DCE, conseguimos marcar a história dessa universidade e demos o sinal de que estamos atentos e dispostos a lutar todas as vezes que nossos direitos nos forem negados e/ou restringidos. Nunca antes os estudantes haviam colocado em interrogatório o Reitor da universidade. Nós o fizemos. E fizemos bem feito. A audiência pública com o Reitor cumpriu um papel importante no sentido de demonstrarmos nossos descontentamentos com a forma como vem sendo administrada esta IFES e, também, abrimos espaço por entre os atos antidemocráticos para que, assim, pudéssemos pautar nossas propostas às demandas supracitadas.



Diversos foram os ganhos que tivemos a partir de nossa mobilização conjunta: definição de prazo (agosto de 2011) de funcionamento para o restaurante universitário, que estava com as obras emperradas há mais de 1 ano; implantação da comissão que discutirá e construirá um projeto de segurança para o campus que esteja comprometido em proteger não só bens matériais, sobretudo, vidas; da comissão que já discute um novo modelo de assistência estudantil pautado na maior oferta de bolsas de iniciação científica em detrimento das “bolsas trabalho”; da comissão que está viabilizando as eleições diretas para diretores de departamentos; efetivação das reuniões setoriais buscando ouvir as demandas de cada área e solucioná-las o mais rápido possível; bem como a ampliação da representatividade estudantil no conselho universitário – CONSU, órgão máximo de deliberação dentro da universidade, estando, inclusive, acima do Reitor, onde os estudantes contavam com um único representante e, agora, através da luta, conseguimos ampliar para sete conselheiros que falarão em nosso nome e pautarão nossas necessidades dentro do conselho.



Todas essas conquistas e as demais que serão fruto do desdobramento destas nos reafirmam a importância de estarmos organizados e lutando sempre pra que a universidade funcione para todos e todas sem distinção de categorias, cursos, cargos etc. A onda de conquistas que se instaurou na UNIFAP, protagonizada pelo DCE e que trouxe consigo os conjuntos de estudantes, já é um marco que tende a se expandir e reverberar de forma positiva na qualidade do ensino que estamos recebendo, nas condições de trabalho para professores e técnicos administrativos e, evidentemente, na construção de uma universidade melhor e realmente universal e que respeite todos aqueles que a compõem.



Permanecer na luta é uma tarefa necessária e a história está nos mostrando isso. É fato que juntos podemos melhorar a UNIFAP.

A função social da universidade

Kerllyo Barbosa Maciel
Universitário do curso de Letras-Francês 2010
keullymaciel@hotmail.com

A universidade não pode de forma alguma isolar-se em si. Restringir-se apenas ao ensino-aprendizagem dentro das salas de aula é um atraso, e cada segmento da sociedade carrega sua parcela de culpabilidade. Tem que haver uma relação direta de reciprocidade entre universidade (seu conhecimento científico) e sociedade (com suas carências e demandas). Nesse contexto, devemos admitir que é incoerente que a responsabilidade pela extensão do conhecimento científico, de forma a contribuir para uma melhor e mais igualitária sociedade, recaia somente na instituição universidade. Há dois lados dessa moeda, um desses lados é a tradição do Brasil em não priorizar a educação em investimentos de recursos, principalmente no ensino fundamental, que é a fase em que a criança forma seu caráter e sua base educacional. Nesse sentido, se o governo não prioriza a educação, como a criança vai priorizá-la?



Outro lado da moeda é a explícita falta de vontade política em criar e por em prática políticas públicas para algum avanço na qualidade do ensino público superior. Entretanto, a universidade também com sua autonomia deve criar mecanismos e métodos criativos em preparar o universitário para o mundo do trabalho, e, além, no sentido de somar com a sociedade e torná-la menos desigual. Em relação à pesquisa científica, de onde a teoria transforma-se em prática, o que vemos é uma imensa burocracia para que o universitário consiga recursos para o financiamento de sua pesquisa, e, quando consegue, é pouquíssimo, não que a instituição da qual ele pertence faça de má vontade, é que a legislação que rege a distribuição desses recursos e o quantitativo por acadêmico, está há muito defasada. Precisam-se ser revistos os princípios dessa regulamentação, visto que fazer pesquisa científica que muitas vezes lavará anos para ser concluída com cinco, dez mil reais é como querer construir um edifício com dinheiro para um casebre.



Portanto, quando a universidade é cobrada e criticada pelo poder público ao não cumprir sua função social, que seria o graduado sair da instituição de ensino superior público ou privado preparado para uma sociedade competitiva, e, sobretudo aplicar na prática sua teoria científica em seu meio social no intuito de mudar no mínimo a realidade a sua volta. Deve-se levar em consideração a não priorização das políticas públicas em investir em um dos únicos caminhos que levaria uma nação como o Brasil a diminuir o abismo social que parece não ter fim. Há uma essência demagógica e hipócrita no discurso de criticidade por parte do poder público e principalmente do Ministério da Educação aos fracos desempenhos da universidade brasileira; ora, se esse mesmo segmento deixa de cumprir seu papel ao não investir na educação básica, é óbvio que isso irá influenciar negativa e diretamente na formação acadêmica desse estudante.
Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. (Rubem Alves). No Brasil, nós universitários temos que criar nossas asas e voar sozinhos. Se dependermos das políticas, políticos e politicagens que cuidam da educação universitária, não sairemos do chão.

Eleições DCE, CONSU e CONUNE

Carliendell Magalhães

Novamente nos deparamos com o processo eleitoral de nossa entidade máxima de representação, o DCE/UNIFAP. Esse é sempre um ótimo momento para pautarmos a importância dessa estrutura de organização como um instrumento de luta a serviço dos estudantes e construído por eles. O DCE da UNIFAP é hoje uma das principais entidades estudantis do Amapá, referendado por seu caráter de luta interno e externo à universidade.

Foi através do DCE que conseguimos colocar às claras diversas incoerências da Gestão Tavares e cobrar medidas satisfatórias que possam sanar todos os problemas pelos quais passamos o mais urgente possível. Assim, garantir organicidade para essa entidade é vital.



Este ano, é importante que se diga: o processo eleitoral do DCE trará consigo mais dois processos, o de escolha de nossos conselheiros a ocuparem as cadeiras no CONSU – órgão colegiado integrante da Administração Superior, deliberativo e normativo em matéria administrativa, acadêmica e instância de recursos – como nossos representantes, bem como o processo de escolha dos delegados que representarão nossa entidade no maior e mais importante congresso estudantil do país onde se discute os rumos da educação em todos os seus níveis, o Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes – CONUNE. É fundamental que cada estudante compareça às urnas e esteja engajado na tomada de decisão no que tange a escolha de seus representantes nesses três processos eleitorais.



As deliberações adotadas dentro e fora da universidade não atingem somente àqueles que as discutem e executam, mas, sobretudo, a todos que estão envolvidos direta ou indiretamente com a instituição. A participação de cada estudante é importante para que não sejamos vítimas de decisões tomadas por quem não nos ouve e que não está preocupado em defender nossos interesses. Dessa forma, vamos fazer valer nossa voz.

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