Crônicas




Os tempos sempre foram de crônicas
Umas das formas de expressões da alma humana, que põe a contemplar seu retrato de forma tão trágica ao mesmo tempo cômica, um tanto irônica possuindo uma critica indireta, às vezes direta, ao cotidiano; caricaturando assim, as formas de viver de nossas vidas sociais, culturais e políticas. Assim, o cronista leva aos seus textos o toque próprio de inspiração dos acontecimentos diários apresentando uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto, Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Não é diferente das formas de cronizar dos universitários amapaenses nesse espaço dedicado a esse a gênero, que nos deixa a liberdade de criatividade e expressão.



Esta crônica é de Felipe Salorran estudante de Letras 2010.2 este texto tem um tom irônico e um pouco erótico e não recomendo para menores de 18 anos.

As portas do inferno
Ela era minha amada, não vou mentir, e sempre me dizia palavras belas, fazia demonstrações de amor em público, ou reservadamente. Conhecemo-nos numa ocasião estranha, era Natal, e nada tirava da minha cabeça que aquela moça era meu presente. Foi uma alegria imensa, pois me sentia sozinho, precisava de alguém para amar, para me ouvir, para me aconselhar.

Certo dia, fui conhecer sua família, e todos gostaram de mim. Que bom! Eu esperava alguma aversão, pois nossa diferença de idade era significativa, assim como todas as outras mulheres com as quais me envolvera. Fomos, cada vez mais, ficando íntimos, próximos. Morávamos em bairros não tão distantes um do outro, e isso nos facilitava os encontros. Até então, não havíamos tentado algo mais quente, porque seus filhos não nos deixavam a sós. Sim, ela era mãe de um casal.

Numa oportunidade inesperada, ficamos apenas os dois em sua casa, e, como era de se imaginar, não pensamos muito e tratamos de ir para seu quarto. Começamos devagar, um tirando a roupa do outro. Fiquei apenas de cueca e ela apenas de sutiã e calcinha. Cada um passeava pelo corpo alheio. Eu tirei minha cueca e aproximei-me dela para tirar o que faltava, para isso, coloquei minhas mão em suas partes íntimas superiores, e arranquei aquele pedaço de pano. Abaixei-me para, da mesma maneira, tirar o que me impedia de apreciar a parte do corpo humano que tanto enlouquece os homens. Ao conseguir o que queria, senti algo estranho, foi um “odor”; parecia que haviam aberto as portas do inferno e todos os pecadores estavam sendo sacrificados. Não podia desapontar uma pessoa tão doce, e ir embora, então, resolvi que iria até o fim, iria fazer o que queria, na verdade, quisera. 

Cada vez que nos movimentávamos, o “aroma” parecia procurar minhas narinas, e, de uma forma ou de outra, encontrava. Eu buscava posições nas quais conseguisse escapar daquilo que me perseguia. Quando ela ficou na famosa “de quatro”, meu Deus! Era bater e subir, na minha cara.

Convenhamos, é normal a mulher ter um cheiro peculiar, isso até nos agrada, mas não daquele jeito. Se aquilo pegasse nos olhos, cegá-los-ia.
Felipe Salorran
 


Êita, fuminho bom!

Em uma manhã ensolarada do fervoroso setembro, que acabei nos anseios das vontades humanas. Bastou um “Oi, tudo bem?” e aquele desejo incessante me imperou. Nossa! Como era difícil controlar aquela vontade. É muito ruim, você precisa logo pegar, amassar e acabar com aquela fúria impetuosa. Fazia de tudo para que ninguém percebesse. A conversa fluía alta e alegre no balançar dos serenos buracos que essa minha cidade nem tem quase!
 
Não estava conseguindo me concentrar. Aquilo atingia ápices de envolvimento em meu corpo, enquanto as pessoas contemplavam a vida pela janela, olhavam em seus relógios atentas na hora ou então em celulares de última geração ouviam as músicas que faziam a viagem se tornar menos cansativa no grande carregador de sonhos, alegrias e tristezas.
Estávamos quase chegando a nosso destino. Era quase que uma alegria gritante dentro de mim, sabia que em poucos minutos faria aquilo que me agoniava tanto. Ufa, Chegamos! Queria um banheiro. Então, ele me perguntou se eu ficaria incomodada se ele desse uma coçadinha em suas nádegas. Abri um sorriso e ele também. Ele disse o que queria e acabamos os dois afogando nossas mãos numa deliciosa coceirinha. Nesse momento não pensamos em quem pudesse ter visto, apenas fizemos o que todo mundo faz mas tem não tem coragem de fazer.

Maria Cristina Amaral Nery
Acadêmica do 7º semestre de Letras na UNIFAP
Letras 2008

Um comentário: