Um artigo sob produção de:
Raíssa Stèphanie
Acadêmica da turma Letras-Inglês 2010
Esta série foi planejada a partir de um artigo científico que produzi no ano passado denominado “Produção literária amapaense: Uma breve análise de seus recursos linguísticos”. A partir das próximas edições do Jornal Polifonia você terá oportunidade de conhecer este trabalho, o qual cada um de seus tópicos foi dividido a cada um dos próximos capítulos da série.
Este artigo possui o objetivo de apresentar, estabelecer importância e analisar as produções literárias existentes no estado do Amapá, bem como apontar os recursos linguísticos que as compõem através de exemplos de literatura e canção já produzidos, desde os poucos conhecidos aos já consagrados no meio artístico e literário amapaense.
Preparando-se para entrar nesta série
Para que os objetivos de uma produção literária sejam alcançados, é preciso que se desenvolva a grande capacidade de construção e reconstrução dos conhecimentos de um leitor, a qual provém do conteúdo absorvido e dos recursos utilizados pela obra. Garantindo-se então uma eficaz comunicação entre leitor e texto. Para Yunes (2002)1, ler é condição de estar no mundo, criando-o outra vez.
O papel da literatura, atrelado à produção e desenvolvimento de conhecimentos, também é de representar a realidade. Inesgotáveis são os recursos que podem ser utilizados para que este papel seja alcançado. Samuel (1985)2 expõe que:
A informação do texto literário está não só no que é dito. A literatura informa tanto a forma quanto o conteúdo. O signo poético pressupõe uma interação entre significante e significado, de tal modo que se constitui numa realidade integral.
Com base nisso, pretende-se demonstrar como estes recursos são utilizados na produção literária amapaense, além de expor tais produções para o conhecimento da capacidade de criação do Estado.
Os gêneros textuais abordados serão literatura e música, tão grande a relação existente entre as duas que necessário se faz utilizar ambas. Para Botafogo (2003)3, música e literatura nasceram juntas.
Para que a análise destes eixos seja situada, precisa-se evidenciar seu uso linguístico enfatizando a linguagem conotativa. Lira (2008)4 afirma que todo uso linguístico é sempre contextualizado em universos socioculturais, isto é, para entendê-lo, necessário é o conhecimento do universo em que se apresenta.
Este mesmo autor procura enfatizar a sedução da palavra em seu uso conotativo em que se produz um paralelo de significados extrapolando sentidos comuns. Forma-se assim um plano de expressão contendo impressões, valores afetivos ou sociais evocados pelo signo poético, esta é a linguagem rica e expressiva de seu conteúdo. É o poder presente do dito pelo não dito em que se extraem diversas interpretações em uma estética dotada de figuras de linguagens e outros elementos.
O convite
Nesta edição, apresentei-lhes a prévia desta série. Espero que vocês, leitores do Jornal Polifonia, possa apreciar o meu trabalho e, com ele, conhecer uma pouco mais os talentos que o Amapá possui.
Permita-se aventurar pelas escritas de nossos artistas locais!
Agradecimentos
Ao meu amigo Willian Costa, idealizador deste jornal, agradeço a oportunidade de apresentar este artigo, que foi início da concretização de um sonho. Agradeço também pela confiança ao me integrar na realização deste jornal.
No que se baseou a parte introdutória deste trabalho
1. YUNES, Eliana (org.). Pensar a leitura: complexidade. São Paulo, Loyola-Ed. PUC-Rio, 2002.
2. SAMUEL, Rogel (org.). Manual da teoria literária. Petrópolis. Vozes, 1985.
3. BOTAFOGO, Judite. Sinfonia das águas: um mergulho no mundo da música e da poesia. Recife: Nova Presença, 2003.
4. LIRA, Bruno C. Linguagens e a Palavra. São Paulo, Paulinas, 2008.
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