quinta-feira, 19 de maio de 2011

DESCOMPROMISSO!


Kerllyo Barbosa Maciel

Concordemos que a INSTITUIÇÃO UNIFAP é composta por todos que fazem parte dela direta ou indiretamente, ou seja, desde a cantina, passando por técnicos, acadêmicos, professores, gestores da reitoria até empresas prestadoras de serviços. Cabe a cada um desses segmentos assumirem seus papeis e responsabilidades. Atualmente, segundo palavras do próprio “Magnífico Senhor Reitor José Carlos Tavares Carvalho” em entrevista a TV Amapá, a instituição comporta 4.000 acadêmicos e uma de suas políticas para a universidade é a de incluir a cada ano dois novos cursos. Louvável sua intenção, pois isso gerará mais oportunidades de pessoas ingressarem ao ensino superior. Entretanto, antes de se pensar em novos cursos é necessário fomentar os que já existem, não há sentido em pensar no futuro sem que haja atitude no presente, atitudes no sentido de ensino superior de qualidade, não de quantidade. É incoerente a universidade abrir portas para mais pessoas e não haver sequer estrutura para os que já estão dentro dela.

A falta de professores, laboratórios sucateados, uma cantina que não atende nem de longe às necessidades de uma universidade de tal tamanho e muito menos oferece boa alimentação, uma rádio que todos sabem que existe, mas ninguém usufrui, um restaurante universitário que nunca inaugura. Esses são apenas alguns exemplos da atual situação na qual a UNIFAP se encontra, e cada exemplo citado influi diretamente na qualidade do ensino, pois é o acadêmico o personagem principal de uma universidade, ou pelo menos deveria ser. As verbas que são destinadas para as universidades federais são escassas, em se tratando de UNIFAP, extremo norte do país, mais escassas ainda, e com o corte de gastos federais do novo governo Dilma torna-se difícil agora alguma melhoria na vida do universitário federal. Priorizar o acadêmico na aplicabilidade dos recursos já seria alguma saída, mas aparentemente é mais fácil construir prédios, e argumentar que faltam recursos para concluí-los. Não sou contra a construção de novos espaços físicos dentro do campus, desde que essas obras tenham um retorno positivo e imediato para a comunidade acadêmica. Pesquisas farmacêuticas são levadas a nível nacional, enquanto as licenciaturas e os demais cursos de graduação, que são maioria, capengam esquecidos com falta estrutura e investimentos em seus trabalhos de pesquisa e extensão.

Essas contradições e a falta de competência de administrar e aplicar os recursos destinados para nossa instituição refletem de maneira vergonhosa quando é divulgado o resultado do desempenho dos estudantes das universidades federais de todo Brasil. Assim como sistema eleitoral do Brasil infelizmente não elege os governantes que realmente precisamos, do mesmo modo o sistema de eleição interna da UNIFAP para reitoria não elege o “Magnífico Senhor Reitor” do qual realmente precisamos.

Nós, enquanto células vivas e parte da UNIFAP deveram assumir também nossos papeis e responsabilidades, fazendo valer cada dia dentro da universidade, adquirindo e dividindo cada conhecimento. Valorizando a vaga tão concorrida de um sistema de vestibular do qual sabemos que mais exclui do que inclui. Não podemos esperar acomodados por mudanças, porque nós somos a mudança.

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